quinta-feira, 7 de junho de 2018

Educação: do afeto ao conteúdo


Policarpo Júnior
O Presidente do Instituto de Formação Humana (IFH), Prof. Policarpo Júnior, esteve mais uma vez em Lagoa dos Gatos (7/6/2018), participando de uma formação com um grupo de docentes. Na ocasião, fez o seguinte depoimento, acerca da afetividade:


“A passagem do afeto para o conteúdo deve acontecer de forma bem simples. Primeiro, reconhecemos que o afeto, assim como a cognição, são aspectos inerentes à prática educativa. Então, podemos transformar o afeto em item de conteúdo curricular por meio de procedimentos que tragam à consciência diversas situações vivenciadas. Assim, o modo de sentir deve ser incorporado com normalidade, dentro do pedagógico.
Geralmente, os professores realizam as atividades desconectadas. É porque sentimos mais desconectados da nossa consciência e também pensamos de forma, às vezes, desconectada do modo como estamos sentindo. Por exemplo: aprender a reconhecer aquilo que está sentindo é um dos primeiros passos.

Quando o estudante sentir raiva, que saiba dizer: “Estou com raiva.” Quando sentir uma frustração, que diga: “Estou frustrado.” Este procedimento tem um grande poder de ajudar a pessoa. A partir daí, regulam-se as emoções. Para transformar afeto em conteúdo é preciso contextualizar as emoções e os sentimentos de modo a ajudar as crianças a pensarem naquilo que vivem.  Ou seja, o professor utiliza-se das situações cotidianas que as crianças enfrentam, pois todas passam por tristeza, raiva, frustração, medo etc. É importante que elas pensem nisso.

Agindo assim, das próximas vezes em que vivenciarem as mesmas situações, não vão ceder ao impulso da primeira ação. Vão avaliar entre o que sentem e saberão como agir, mediando o pensamento de forma progressiva, entre o que sentem e o que pensam.

Tudo isso pode ser posto numa modalidade curricular que vai começando dos sentimentos e afetos simples até os mais complexos. Quando isso ocorre no âmbito da interação entre os pares, torna-se material pedagógico apropriado como incentivo à criança a pensar.

Deste modo, é plenamente possível ajudar o professor a ensinar formalmente, dentro de um currículo escolar, apropriando-se de informações obtidas pela afetividade."



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