Policarpo Júnior |
O Presidente do Instituto de Formação Humana (IFH), Prof.
Policarpo Júnior, esteve mais uma vez em Lagoa dos Gatos (7/6/2018),
participando de uma formação com um grupo de docentes. Na ocasião, fez o
seguinte depoimento, acerca da afetividade:
“A passagem do afeto para o conteúdo deve acontecer de forma bem
simples. Primeiro, reconhecemos que o afeto, assim como a cognição, são
aspectos inerentes à prática educativa. Então, podemos transformar o afeto em
item de conteúdo curricular por meio de procedimentos que tragam à consciência
diversas situações vivenciadas. Assim, o modo de sentir deve ser incorporado
com normalidade, dentro do pedagógico.
Geralmente, os professores realizam as atividades desconectadas. É
porque sentimos mais desconectados da nossa consciência e também pensamos de
forma, às vezes, desconectada do modo como estamos sentindo. Por exemplo:
aprender a reconhecer aquilo que está sentindo é um dos primeiros passos.
Quando o estudante sentir raiva, que saiba dizer: “Estou com raiva.”
Quando sentir uma frustração, que diga: “Estou frustrado.” Este procedimento
tem um grande poder de ajudar a pessoa. A partir daí, regulam-se as emoções.
Para transformar afeto em conteúdo é preciso contextualizar as emoções e os
sentimentos de modo a ajudar as crianças a pensarem naquilo que vivem. Ou
seja, o professor utiliza-se das situações cotidianas que as crianças
enfrentam, pois todas passam por tristeza, raiva, frustração, medo etc. É
importante que elas pensem nisso.
Agindo assim, das próximas vezes em que vivenciarem as mesmas
situações, não vão ceder ao impulso da primeira ação. Vão avaliar entre o que
sentem e saberão como agir, mediando o pensamento de forma progressiva, entre o
que sentem e o que pensam.
Tudo isso pode ser posto numa modalidade curricular que vai
começando dos sentimentos e afetos simples até os mais complexos. Quando isso
ocorre no âmbito da interação entre os pares, torna-se material pedagógico
apropriado como incentivo à criança a pensar.
Deste modo, é plenamente possível ajudar o professor a ensinar formalmente, dentro de um currículo escolar, apropriando-se de informações obtidas
pela afetividade."
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